sábado, 23 de fevereiro de 2013

SEMUR já se prepara para a Política Nacional sobre Resíduos Sólidos


Como requisito da Política Nacional de Resíduos Sólidos, a Secretaria de Manutenção Urbanística de Macapá (SEMUR) está realizando várias ações de educação ambiental e licitando em breve seu Plano Municipal de Resíduos Sólidos para consolidar de vez a adequação de seu aterro controlado.

Lembrando que, os municípios que não se adequarem até agosto de 2014, extinguindo seus lixões, receberão multa e não terão ajuda financeira do Governo Federal para a implantação de seus aterros controlados.

Como forma de aproximar e educar a população para a percepção e adequação sobre a PNRS, estão sendo treinados cerca de 20 educadores ambientais pela empresa terceirizada Clean - Gestão Ambiental, que cuida da coleta de lixo na cidade de Macapá. Os novos agentes serão os facilitadores e encarregados de agir junto à população levando conhecimento de como proceder corretamente na hora de selecionar seu lixo (resíduos), levando também lições de cidadania, segurança e saúde pública.

As ações-teste se realização primeiramente nos respectivos locais: Mônaco, San Marino e entorno da Unimed (Jardim Marco Zero), dada as suas dimensões, peculiaridades e fatores que favorecem a obtenção de dados a curto prazo (numero de residências, comércios e pessoas reduzidos). Posteriormente, acerca das metodologias e resultados positivos alcançados, as campanhas serão ampliadas aos demais bairros da capital.

A questão da geração e destinação do lixo que produzimos não é apenas responsabilidade dos órgãos competentes, mas sim de empresas e toda a população. É a chamada responsabilidade compartilhada. Afinal, todos nós contribuímos para sua produção, mas nem sempre para sua correta deposição e reaproveitamento.

É recomendável que todos os munícipes tenham conhecimento da problemática ambiental que assola nossa cidade, o Estado e o país no que tange na elaboração e mitigação do ciclo vicioso e ocioso que é a má acomodação e a forma de consumismo exacerbado, que tampouco prioriza o necessário e o reutilizável.

Muita gente não sabe, mas o lixo (que deveras é menosprezado e abandonado) pelos vieses urbanos, nas mãos de cooperativas e associações vira uma “obra de arte” e colabora para a geração de renda. É o papel social se desenvolvendo intimamente ao ambiental.

Ao serem abordados em seus estabelecimentos residenciais e comerciais, recebam os educadores ambientais de forma amigável e prestem atenção às suas recomendações. Serão essas poucas e valiosas palavras que contribuirão enormemente para a manutenção do nosso bem-estar e para a necessária aplicação no nosso cotidiano.

Os resíduos deverão seguir as normas técnicas por tipo de material: seja o metal (amarelo); o papel (azul); o vidro (verde); o plástico (vermelho); seja o orgânico (marrom) ou os não recicláveis (cinza) e outras nomenclaturas. Não esquecendo de observar as exceções. Muitas informações? Não se preocupem, os educadores ambientais vão orientá-los.

Como diz o ditado: “Você é responsável pelo o que cativas”. Se as dicas e conselhos não forem seguidas à risca, o trabalho de todos os atores sociais ficará comprometido e em consequência, as mazelas e deficiências ambientais perdurarão com reflexos diretamente em nosso desenvolvimento.

Um mecanismo útil e eficaz na garantia dos nossos direitos e deveres enquanto cidadão macapaenses é o conhecimento do código de postura do município, Lei Complementar nº 054/2008 que responsabiliza os geradores de resíduos sólidos, tais como resíduos de imóveis, dos serviços de saúde, industriais, da construção civil, pela segregação, acondicionamento, armazenamento, tratamento, coleta, transporte e destinação final. Ressaltando ainda, o que deve ser feito ou não nas vias públicas e sobre nossos terrenos.

Sabemos que o trabalho é enorme e árduo, mas com simples atitudes e mudanças de hábitos, são possíveis as melhorias e o restabelecimento da qualidade de vida na nossa cidade, que um dia foi conhecida como a “Cidade joia da Amazônia”.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Ribeirinhos transformam riquezas da Amazônia de maneira sustentável


Ribeirinhos e agricultores da Amazônia estão aproveitando as riquezas da floresta de maneira sustentável. São árvores sementes, frutos e folhas que se transformam em perfumes, produtos de beleza. Além de melhorar a renda das famílias, a atividade ajuda a preservar a floresta.

A viagem em busca dos óleos da floresta começa em um dos cenários mais bonitos da Amazônia, no município de Santarém, no estado do Pará. A cidade charmosa, com fachadas antigas, foi construída às margens de dois rios. De um lado, vem o Amazonas, com seu leito barrento, e, de outro, o Tapajós, em tons de azul. O encontro das águas é um espetáculo grandioso.

O mercado municipal de Santarém funciona todos os dias e atrai milhares de compradores e comerciantes que chegam de todos os pontos da região. Por estar em um lugar estratégico, no encontro do rio Amazonas com o Tapajós, é um dos mais ricos e mais completos da Amazônia.

Tem de tudo. Pimentas coloridas e peixes, camarão de água doce e artesanato, farinhas, frutas nativas. Entre os destaques do mercado estão também os óleos da floresta.

Manoel da Silva, conhecido como “Raizeiro Boa Sorte” é um especialista. Ele vende o óleo de andiroba, usado como anti-inflamatório e repelente de insetos. O de pau rosa é utilizado tradicionalmente como perfume. Um dos mais vendidos é o óleo de copaíba, que “serve pra muitos tipos de doença”, diz o especialista.

Esse uso caseiro dos óleos da floresta é uma tradição que atravessou os séculos na Amazônia. Uma riqueza cultural, que permanece viva em toda a região. De uns anos pra cá, muitos desses produtos começaram a conquistar também compradores maiores: são indústrias que utilizam os óleos como ingredientes para fabricação de perfumes, xampus, sabonetes, hidratantes.

A nova fase deu impulso a uma série de projetos que estão melhorando a qualidade de vida de milhares de famílias da região. No município de Manicoré, estado do Amazonas, uma comunidade rural trabalha com o óleo de copaíba.

Formada por sítios pequenos, a comunidade de Lago do Atininga reúne 140 famílias de ribeirinhos. O lugarejo conta com luz elétrica, que foi instalada recentemente. Tem igreja e escolinha para as crianças mais novas.Os moradores se dedicam a pesca artesanal e tocam pequenas lavouras de mandioca. A raiz serve pra fazer farinha, beiju e outros derivados.

A principal fonte de renda da comunidade é o extrativismo: o uso sustentável dos recursos da floresta. Baseadas num conhecimento tradicional, as famílias daqui exploram três produtos diferentes.

O primeiro é a castanha, fruto de uma das árvores mais altas da Amazônia, a castanheira. O produto se desenvolve no topo, dentro de ouriços redondos. Os ribeirinhos também coletam o látex, usado na produção de borracha. A resina é extraída com a sangria das seringueiras nativas. A atividade que vem mais crescendo nos últimos anos é extração do óleo de copaíba. A coleta ocorre o ano todo em lugares distantes, na mata.

A tarefa é difícil e, às vezes, até perigosa: entrar na floresta fechada em busca das copaibeiras – as árvores que produzem o óleo. O que chama a atenção é a diversidade de plantas numa área de mata primária, numa das regiões mais preservadas da Amazônia. O trabalho com copaíba exige resistência. Isso porque as copaibeiras costumam ficar espalhadas na imensidão da floresta – distantes umas das outras.

Estudos indicam que uma copaibeira chega a viver mais de 300 anos na floresta. Existem várias espécies no Brasil. Na Amazônia, a mais comum é a Copaifera multijuga, também conhecida como copal e pau de óleo.

Formado por muitas substâncias, o produto é eficiente no combate a germes e tem qualidades aromáticas. Por isso, entra na fabricação sabonetes, xampus, cremes, perfumes.

O manejo, feito com cuidado,não prejudica a saúde da árvore. Em cerca de um ano, a copaibeira recupera o mesmo volume de óleo. Com o serviço terminado, os produtores fecham o furo com um pedaço de madeira. Num dia de floresta, eles exploram entre 15 e 20 copaibeiras.

Apesar de ser tradicional, essa atividade só começou a ganhar fôlego nos últimos anos. Foi quando os ribeirinhos fundaram uma cooperativa e firmaram contrato com uma indústria de cosméticos – que passou a comprar o óleo de maneira regular.

Nessa fase, os produtores receberam assistência técnica e apoio de entidades como a Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, do governo estadual. Atualmente, toda produção de óleo é levada para o galpão da cooperativa, em Manicoré.

Assim que chega, o produto é pesado, coado e o pagamento é feito na hora, em dinheiro vivo. Para cada quilo de óleo o produtor recebe R$ 17.

A coleta da copaíba faz parte do dia-a-dia de quarenta cooperados. Em 2012, a venda do óleo gerou uma receita de R$ 1.200 para cada um. Um dinheiro extra, que complementa o rendimento de atividades consagradas como castanha e borracha.

(Fonte: Globo Natureza; Ambiente Brasil)
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