quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Gatos foram domesticados quando iam caçar ratos há mais de 5 mil anos

A análise de fósseis de gatos que viveram em um vilarejo chinês há cerca de 5,3 mil anos corrobora a principal teoria sobre como os felinos selvagens tornaram-se os gatos domesticados que conhecemos hoje em dia. Os resultados da pesquisa conduzida pela Universidade de Washington foram publicados nesta segunda-feira (16) na revista científica “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS).

A teoria dominante sobre como os gatos selvagens se transformaram ao longo dos anos defende que foi o apetite dos felinos que os colocaram no caminho da domesticação. O grão armazenado pelos antigos agricultores funcionava como um ímã de roedores. E isso atraía gatos selvagens aos vilarejos. Ao longo do tempo, gatos selvagens se adaptaram à vida nos vilarejos e se tornaram mais dóceis ao redor dos humanos.

Isso aconteceu no Oriente Médio, e não na China. Mas os ossos encontrados em vilarejos chineses corroboram a ideia de que os felinos assumiram a função de controle de pestes na antiguidade, segundo a pesquisadora Fiona Marshall, da Universidade de Washington, uma das autoras da pesquisa.

O estudo, focado em um vilarejo agrícola no norte da China, aborda um período pouco compreendido na história dos gatos. A primeira evidência de gatos domesticados só foi aparecer muito depois do período analisado, há cerca de 4 mil anos, quando eles começaram a aparecer na arte egípcia.

O que acontecia nesse vilarejo? – Pesquisadores encontraram sinais de que os roedores estavam ameaçando o estoque de grãos do vilarejo. Os locais de armazenamento eram feitos para mantê-los fora, mas os roedores conseguiam cavar até atingir a cova de armazenamento de grãos.

Os ossos dos antigos gatos apresentam sinais químicos que indicam que eles comeram animais que, por sua vez, tinham se alimentado de milho, grão sabidamente cultivado pelos aldeões da época. Então, aparentemente, os gatos realmente apareceram na região porque foram atrás dos roedores.


Ainda não está claro se os gatos eram de uma população selvagem ou se já eram domesticados e tinham sido trazidos de outro lugar, segundo Fiona. De qualquer maneira, a pesquisa mostra que os ossos dos gatos antigos corroboram a hipótese sobre como começou a domesticação dos felinos.

Greger Larson, da Universidade de Durham, na Inglaterra, chamou o novo trabalho de “um importante passo adiante”. Segundo ele, poucos estudos se concentraram na história da domesticação dos gatos.




(Fonte: G1; Ambiente Brasil)

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Metallica leva o heavy metal à Antártida: preocupação ambiental

O Metallica, uma das principais bandas de heavy metal do mundo, fez no domingo, um inusitado show abaixo de zero no gelo da Antártida diante de uma plateia de pouco mais de 100 pessoas que viram o espetáculo usando fones de ouvido, para evitar impactos ambientais.

“Obrigado por nos acompanhar no show mais memorável do Metallica”, agradeceu James Hetfield, vocalista da banda, logo após a apresentação, no heliporto da base Argentina Carlini.

Dentro de uma cúpula transparente, de 12 metros de diâmetro e seis de altura, com a beleza das intensas águas azuis da enseada Porter e o branco da geleira Fourcade como cenário, o Metallica descarregou a força do heavy metal, mas, sem amplificadores, só foi possível ouvir o show usando fones de ouvido.

“Esse show estará nos livros de História algum dia”, disse Hetfield, cercado, literalmente, por um público tão incomum como a própria apresentação: além de um grupo de fãs, cientistas de diferentes pontos das bases perto da base Carlini, organizadores e alguns jornalistas.

Durante uma hora, o Metallica tocou alguns de seus hits mais marcantes como “Creeping death”, “Sad bat true”, “Blackened” e “Nothing else matters” – um hino para os fãs da banda californiana, que já vendeu mais de 100 milhões de discos em 30 anos de carreira.

Na cúpula, toda a força do Metallica nos fones de ouvido e, o quase imperceptível ritmo amortecido da bateria de Lars Ulrich e os gritos dos fãs enquanto, a poucos metros, um grupo de skuas – aves autóctones da Antártida – cochilavam em uma lagoa e alguns pinguins e elefantes marinhos descansavam indiferentes ao show.

Para tudo ser possível, foi preciso mais de um ano de intenso trabalho e de um rigoroso protocolo sobre o impacto ambiental supervisado pela Direção Nacional Antártica (DNA) argentina que exigiu o uso de fones de ouvido e a instalação cuidadosa de mais de 25 toneladas de equipamentos, incluindo placas solares, para evitar qualquer tipo de impacto no local.

“Foi uma experiência única, aproveitei muito”, contou logo após a apresentação o guitarrista da banda, Kirk Hammett, para quem o uso de fones pelo público não gerou nenhum problema, já que os músicos se comunicaram com seus próprios aparelhos auditivos.

O frio, que chegou a dois graus negativos, também não afetou o grupo, já que dentro da cúpula a temperatura estava “totalmente normal” e o clima com o público. “muito quente”, acrescentou.

A presença do Metallica em Carlini alterou, por um dia, a atividade das bases próximas e convocou cientistas do Brasil, do Uruguai, do Chile, da Polônia, da Coreia do Sul, da Rússia e da Alemanha, que se misturaram aos 19 fãs da banda selecionados em cinco países latino-americanos para assistir à apresentação na Antártida.

“Parece que estive em outro mundo. Isso só acontece uma vez na vida”, repetia emocionado o jovem chileno Roberto Peñafoundes, um dos vencedores de um concurso para ir ao show.

“Nós nos tornamos parte da história do Metallica, estamos no único show da banda na Antártida, é incrível” disse o argentino Sergio Maldonado.

“Achei estranho, mas ótimo. Espetacular. Foram tomadas todas as providências para proteger o meio ambiente e o show foi excelente”, elogiou Guido Fernandez, oficial da base chilena Frei.

Fanny Vieria, pesquisadora na base uruguaia, ressaltou o cuidado ambiental: “É bom focar na Antártida para proteger um patrimônio da humanidade, um lugar de paz e de ciência, onde não importam bandeiras”.

Superado o desafio na Antártida, o Metallica já pensa em um novo disco para o próximo ano e em outro desafio: “Adoraríamos fazer isso de novo”, brinca Hammett, que não descarta voltar a tocar no gelo.


Fonte: Terra; Ambiente Brasil.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Os 10 lugares mais poluídos do mundo — e habitados

Atualmente, mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo estão expostas à poluição tóxica em níveis superiores aos tolerados pelas organizações internacionais de saúde. Essas populações vivem em regiões contaminadas por metais pesados, pesticidas e até por substâncias radioativas, como o césio. À frente de ações de monitoramento e mitigação de impactos, a organização ambiental Blacksmith Institute listou as 10 regiões que mais com sofrem com os poluentes tóxicos.






Agbogbloshie, Gana
Poluente: Chumbo
População afetada: 40 mil +

Agbogbloshie, na Gana, é a segunda maior área de processamento de lixo eletrônico na África Ocidental. Devido à composição heterogênea desses materiais, reciclá-los com segurança é complexo e pode exigir um elevado nível de habilidade. Na maior parte do tempo, não é isso o que ocorre em Gana, o que eleva o risco de contaminação.
Através de processos de reciclagem informais, o chumbo é frequentemente liberado no meio ambiente sem controle de segurança ambiental. As principais formas de contaminação se dão pela ingestão de alimentos ou água contaminados e por inalação de partículas de poeira da substância, que pode se armazenar por até 30 anos no tecido ósseo. Os efeitos da exposição ao chumbo são devastadores e incluem danos neurológicos e redução de QI.


Rio Citarum, Indonésia
Poluente: Produtos químicos, incluindo chumbo, cádmio, cromo e pesticidas
População afetada: 500 mil + diretamente e até 5 milhões indiretamente

A Bacia do Rio Citarum em Bandung, Indonésia, ocupa uma área de aproximadamente 13.000 quilômetros quadrados, que abrange uma população de 9 milhões de pessoas. O rio fornece 80% das águas para abastecimento em Jacarta, irriga fazendas que fornecem 5% do arroz da Indonésia, e é uma fonte de água para mais de 2.000 fábricas.
Mas a água deste rio também contém uma gama de contaminantes oriundos de fontes industriais e domésticas. Investigações de campo realizadas pelo Blacksmith Institute encontraram níveis de chumbo em mais de 1.000 vezes a norma internacional para água potável. As concentrações de alumínio, manganês e ferro no rio também estão bem acima do nível de metais pesados considerado seguro pela EPA.


Hazaribagh, Bangladesh
Poluente: Cromo
População afetada: 160.000 +

Processos industriais são os principais responsáveis pela poluição através do chamado cromo hexavalente, a forma mais perigosa deste metal pesado e altamente cancerígeno. As indústrias que mais contribuem para a contaminação envolvem operações de tratamento de metais, soldagem de aço inoxidável, produção de cromato e processo de curtimento de couro. Existem nada menos do que 270 curtumes registrados em Bangladesh, e a maioria está localizada em Hazaribagh.
Os métodos de processamento utilização são antigos, desatualizados e ineficientes. Todos os dias, os curtumes despejam coletivamente 22.000 litros cúbicos de resíduos tóxicos no Buriganga, principal rio de Dhaka. As comunidades locais utilizam a água contaminada para vários fins, incluindo irrigação de cultivos, higiene pessoal e para lavar louças e roupas.


Norilsk, Rússia
Poluente: cobre, óxido de níquel, outros metais pesados
População afetada : 135 mil

Norilsk é uma cidade industrial fundada em 1935. As operações de mineração e fundição começaram na década de 1930 e fizeram da região o maior complexo de fundição de metais pesados do mundo. Cerca de 500 toneladas de óxidos de cobre e de níquel, além de 2 milhões de toneladas de dióxido de enxofre, são lançadas anualmente no ar. A expectativa de vida para os trabalhadores de fábrica em Norilsk é de 10 anos abaixo da média russa.
Embora o número exato de pessoas potencialmente afetadas pela poluição em Norilsk seja desconhecido, estima-se que mais de 130 mil moradores da região estão sendo expostos a material particulado, dióxido de enxofre, metais pesados e fenóis. Estudos anteriores descobriram elevado concentrações de cobre e níquel  o solo de quase todos os lugares dentro de um raio de 60 quilômetros da cidade. Isso levou ao aumento dos níveis de doenças respiratórias e câncer dos pulmões e do sistema digestivo.


Dzerzhinsk, Rússia
Poluente: Produtos químicos e subprodutos tóxicos de inúmeros processos químico-industriais
População afetada: 300 mil

Durante o período soviético, Dzershinsk foi um dos principais locais da Rússia para fabricação de produtos químicos, incluindo armas químicas. Hoje em dia, é ainda um centro significativo da indústria química russa. Entre 1930 e 1998, cerca de 300.000 toneladas de resíduos químicos foram indevidamente depositados na cidade e em áreas circundantes.
Em 2007, amostras de água tomadas dentro da cidade apresentaram níveis de substâncias químias tóxicas milhares de vezes acima dos níveis recomendados. Isso levou o Livro de Recordes do Guiness Book a citar Dzershinsk como a cidade mais poluída do mundo no mesmo ano. Nos últimos anos, esforços têm sido realizados para fechar instalações obsoletas e restaurar a terra contaminada. Um estudo de 2006 revelou que a expectativa média de vida em Dzershinsk é de 47 para as mulheres e apenas 42 para os homens.


Matanza-Riachuelo, na Argentina
Poluentes: compostos orgânicos voláteis, incluindo tolueno
População afetada: 20 mil +

A bacia do rio Matanza-Riachuelo, na Argentina, tem mais de 60 quilômetros de extensão e abriga um sem número de fabricantes de produtos químicos. Estima-se que 15 mil indústrias estão ativamente lançando efluentes no rio, que corta 14 municípios. Um estudo publicado na Revista Latino-Americana de Sedimentologia e Análise de Bacia, em 2008, revelou que o solo nas margens do rio continha níveis de zinco, chumbo, cobre, níquel e cromo bem acima dos níveis seguros.
Acredita-se que 60% das cerca de 20 mil pessoas que residem perto da bacia do rio vivem em território considerado impróprio para a habitação humana. Doenças diarreicas, doenças respiratórias e câncer estão entre os problemas de saúde pública associados aos vários setores da bacia.


Chernobyl, Ucrânia
Poluente: poeira radioativa, incluindo urânio, plutônio, césio-137, estrôncio-90, e outros metais
População afetada: Até 10 milhões

Chernobyl é reconhecido internacionalmente como um dos piores desastres nucleares da história. Na noite de 25 de abril de 1986, o teste na usina provocou um colapso do núcleo do reator, liberando mais de 100 vezes a radioatividade das bombas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki. Cerca de 150 mil quilômetros quadrados de terra foram afetados no acidente.
O reator foi enterrado em uma caixa de concreto projetado para absorver a radiação e conter o combustível remanescente. No entanto, a estrutura tinha intenção de ser uma solução temporária e projetada para durar não mais do que 30 anos. Hoje, existem mais de uma dúzia de radionuclídeos artificiais como o césio-137 que podem ser detectados na superfície do solo ao redor da planta. A ingestão de alimentos produzidos em áreas contaminadas continua a ser a principal via de intoxicação, como resultado da exposição prolongada de baixa dosagem.


Kabwe, Zâmbia
Poluente: Chumbo
População afetada: 300.000 +

Kabwe, a segunda maior cidade da Zâmbia, está localizada a cerca de 150 quilômetros ao norte da capital do país, Lusaka. Um estudo de saúde feito em 2006 descobriu que, em média, os níveis de chumbo no sangue das crianças em Kabwe ultrapassam os níveis recomendados em até dez vezes.
Este é o resultado de contaminação a partir de mineração de chumbo na área, que fica ao redor do Copperbelt. Em 1902, ricas jazidas de chumbo foram descobertas, conduzindo operações de mineração e fundição por mais de 90 anos. Apesar das minas terem sido fechadas, a atividade artesanal em pilhas de rejeitos continua. Crianças que vivem brincando no solo e jovens garimpeiros na área estão em maior risco.


Kalimantan, na Indonésia
Poluente: Mercúrio e cádmio
População afetada: 225.000 +

Kalimantan é a parte indonésia da ilha de Bornéu. Em duas de suas cinco províncias, a mineração artesanal de ouro em pequena escala constitui a principal fonte de renda para 43 mil pessoas. A grande maioria dos mineiros utilizam mercúrio no processo de extração de ouro. Ele auxilia o processo de purificação do metal conhecido como "amalgamação", sendo liberado na forma de vapor no meio ambiente.
Os trabalhadores, que lidam dia-a-dia na atividade garimpeira, são os mais suscetíveis a aspirar esse vapor tóxico e imperceptível. A contaminação também pode acontecer por ingestão de peixes oriundos de águas poluídas.


Delta do Rio Níger, na Nigéria
Poluente: Petróleo
População afetada: indeterminada

O Delta do Rio Níger é uma região densamente povoada que se estende por cerca de 70.000 km2 e representa quase 8% do território da Nigéria. É fortemente poluído por petróleo e hidrocarbonetos, uma vez que a região tem sido palco de grandes operações petrolíferas desde o final da década de 1950. Entre 1976 e 2001, havia cerca de 7.000 incidentes envolvendo derrames de petróleo, onde a maior parte do óleo nunca foi recuperado.
Uma média de 240 mil barris de petróleo são derramados no delta do Níger a cada ano devido a falhas mecânicas e muitas causas desconhecidas. Os vazamentos não só contaminam a água superficial e subterrânea do delta, mas também o ar ambiente e as culturas agrícolas locais, além de afetar a saúde da população. Um artigo publicado no Nigerian Medical Journal, em 2013, estima que a poluição generalizada pode levar a uma redução de 60% na segurança alimentar das famílias e um aumento de 24% dos casos de desnutrição infantil.



sexta-feira, 7 de junho de 2013

As raças brasileiras de cães

A cinofilia (forte interesse, afinidade ou entusiasmo por cães) foi criada no século 19 na Inglaterra, mas o Brasil já pode dizer que contribui com pelo menos nove raças de origem legitimamente brasileira. Elas mesmas: fila brasileiro, terrier brasileiro (fox paulistinha), dogue brasileiro, ovelheiro gaúcho, griffon barbudo, buldogue campeiro, veadeiro pampeano, rastreador brasileiro e podengo crioulo. Embora apenas três tenham até agora reconhecimento internacional.

Fila brasileiro


Com trocadilho e tudo, quem puxa a "fila" das raças caninas brazucas é este imponente, corajoso e fiel cão de guarda e boiadeiro, a mais famosa raça brasileira e a segunda a ser reconhecida oficialmente (em 1968, logo após o rastreador brasileiro) pela FCI (Federação Cinológica Internacional), que tem sede na Bélgica e exige detalhes como ausência ou controle de problemas genéticos e quantidade mínima de exemplares homogêneos sem parentesco próximo.

Resultante do cruzamento de raças como mastifes, buldogues e bloodhounds trazidas pelos primeiros colonizadores e ocupantes portugueses e holandeses, o fila sempre ajudou muito na travessia de florestas cerradas e virgens e na guarda e condução das propriedades e rebanhos, inclusive recuperando reses desgarradas. E ganhou até uma campanha de marketing informal nos anos 1980, quando apareceu por toda parte a pichação "Cão Fila Km 26" — referindo-se a um canil da Grande São Paulo (na Estrada do Alvarenga) especializado na raça.

O fila chegou a ter fama exagerada de cão feroz e perigoso, comparável à que os pobres pitbull e rottweiller enfrentaram mais tarde. Mas hoje se sabe que o risco apresentado por um canino depende de sua criação.

Afinal, por que o nome "fila"? Nada a ver com aquelas amadas aglomerações ordeiras, mas vem do verbo "filar", derivado de "filhar" e que significa "agarrar com firmeza, segurar com os dentes"; a expressão "cão de filhar" já era comum no século 19; "filar" significa também, claro, "pedir de graça", mas isso é outra história.

Terrier brasileiro


Os cães terriers são tão queridos quanto confundidos. Assim como já vi o cachorrinho da gravadora RCA ser descrito como sendo quatro tipos diferentes de Terrier, há dúvida também sobre a origem do terrier brasileiro, cujos ancestrais são terriers não especificados (podem ter sido foxes ou jack russells) que trabalhavam como caçadores de ratos em navios mercantes vindos da Europa, principalmente a Inglaterra, desde o século 19. A hipótese do cruzamento que originou a raça ter incluído o fox terrier explica o fato de nosso terrier brasileiro ser chamado também de fox paulistinha. O fato é o padrão da raça se fixou em 1920 e ela foi a terceira a ser aceita pela rigorosa FCI, em 1996.

E o terrier brasileiro continua se dando bem não só como guardião de mercadorias num país cada vez mais industrializado, mas também auxiliar na guarda e controle dos rebanhos nos campos — e seu temperamento ativo e baixa agressividade o fazem campeão na companhia de crianças e "dog shows". Mas, como quase todo artista, gosta de ser independente e precisa ser treinado com decisão.

Rastreador brasileiro


Está aí uma raça que merece um belo filme. Seu próprio nome diz para que ela foi criada: auxiliar na caça de animais, especialmente porcos do mato e onças, detectando-lhes a presença, acuando-as para serem abatidas mais facilmente e inclusive alertando o dono ou o caçador com latidos — daí ser conhecido também como "urrador". Sua gênese é bem documentada, criado pelo gaúcho Oswaldo Aranha Filho (sim, seu pai foi o famoso político), a partir de cruzamentos de raças como foxhound americano, black and tan coonhound, petit bleu de Gascogne, black and tan hound inglês, bluetick hound americano e até nosso veadeiro pampeano.

O rastreador brasileiro foi concebido nos anos 1950 e a aceitação da FCI até chegou rápido, em 1967. Mas, infelizmente, em 1973 todos os exemplares do canil de Aranha Filho — único a desenvolver e comercializar a raça — faleceram devido a uma epidemia de piriplasmose trazida por carrapatos e intoxicação por ter um funcionário do canil aplicado inseticida em excesso. De modo que o reconhecimento da FCI foi revogado e a raça teve de ser declarada extinta.

Ou não? Aranha Filho havia doado cerca de 40 filhotes machos a caçadores e fazendeiros para teste de desempenho durante o aprimoramento do perfil. De modo que hoje temos vários descendentes de rastreador brasileiro não só no Sul, tchê, mas até na Bahia e nas Alagoas — embora conhecidos por outros nomes como cachorro onceiro, pantaneiro, americano e até urrador brasileiro. Muitos cinófilos têm esperanças de que o rastreador brasileiro volte a ser criado e reconhecido. 

Buldogue campeiro


Esse não brinca em serviço, capaz de arrastar porcos pelas orelhas e segurar um boi de meia tonelada pelo focinho. Mas, tal como seu antecessor buldogue inglês, ele brinca muito bem na hora de conviver com crianças e famílias — e, ao contrário daquele, não perdeu a disposição para guarda e auxílio na caça e rastreamento.

O buldogue campeiro surgiu nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina no século 19, e se tornou muito popular. Mas nos anos 1970 quase foi extinto, devido a cruzamentos feitos de qualquer jeito por inexperiência ou ganância para vender "buldogues campeiros diferentes". Coube ao gaúcho Ralf Schein Bender, fã desde criança do buldogue campeiro, a honra e a missão de literalmente salvar a raça, estabelecendo-se como criador dedicado à própria em 1978. Os novos buldogues eram mestiços e não conservavam mais aquelas características marcantes da raça que eu estava justamente buscando. Foi triste constatar que num período relativamente curto de tempo os cruzamentos alteraram tais qualidades.

Ovelheiro Gaúcho


Mas bah, tchê! No nome desta raça já se vê sua origem e função original, a qual ele ainda exerce com brilho, pastoreio de ovelhas e outros rebanhos. Esta raça surgiu do cruzamento não muito planejado de diversas raças usadas para cuidar de rebanhos, principalmente o border collie. O temperamento do ovelheiro gaúcho parece ser criado sob medida para cuidar de ovelhas; agressividade e ataque não são seu ponto principal, mas ele se sai muito bem como cão de alarme.

Griffon barbudo


Também conhecido como barbudinho, ainda não foi reconhecido oficialmente como raça, por não haver quem organize sua criação e reprodução — inclusive a raça está ameaçada de ser extinta como tal - , embora seja muito usada por pessoas leigas em cinofilia para companhia, caça de subsistência e pastoreio de gado e ovelhas.

Veadeiro pampeano (ou pampeiro)


Eis outra raça brasileira cujo nome não deixa dúvidas quanto ao local de nascimento e função original, embora seja conhecida também como Veadeiro Brasileiro — e suas raças matrizes sejam um pequeno mistério. O veadeiro pampeano tem temperamento mais tranquilo que o de outras raças caçadoras, pois não costuma trabalhar sozinho e sim em duplas ou matilhas, convivendo bem com outros cães, e é também excelente cão de companhia para humanos.

Dogue brasileiro


Além de seus grandes méritos como cão de guarda e estimação e a agilidade apesar do grande porte — segundo muitos, superior a ilustres raças estrangeiras como o rottweiller — , esta raça é o sonho de todo pesquisador: dela sabemos a data de surgimento, 1978, e o nome do "pai", Pedro Dantas. Outra distinção do dogue brasileiro é ter sido a primeira raça canina brasílica nascida em ambiente urbano, longe das plantações e rebanhos de seus colegas peludos. O dogue brasileiro só passou por uma grande mudança: o nome, originalmente bull boxer, refletindo as raças que o originaram, o boxer e o bull terrier. E a raça está cada vez mais próxima de ganhar o reconhecimento da exigente FCI, faltando apenas comprovar existência de oito linhagens homogêneas vindas de pelo menos dois machos e seis fêmeas, com cada uma destas linhagens sem pais, avós e bisavós em comum com as outras sete. 

Podengo crioulo

Afinal, qual a origem da palavra "podengo"? Ainda não se sabe, exceto que já era usada em Portugal no século 16 para designar cão caçador que age em matilha. O fato é que o podengo crioulo existe em todas as regiões do Brasil e seu nome varia de acordo: aracambé, pé duro, orelhudo, coelheiro, paqueiro (de "pack hunting", caça em matilha, ou de "paca"?), tatuzeiro, rateiro e até terrier de minas.

Os biólogos Marcelo Ribeiro dos Santos e Tiago Abreu Barbosa da Silva perceberam que a raça estava em risco de extinção e se empenham no resgate e reconhecimento oficial do podengo; eles conseguiram estabelecer o padrão da raça, que ainda aguarda aprovação e reconhecimento oficial do CBKC (Confederação Brasileira de Cinofilia).


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Dia do Meio Ambiente: temos o que comemorar?

No que depender do lento avanço nas negociações internacionais realizadas em torno dos principais problemas ambientais enfrentados pela humanidade, não há muito para se comemorar no Dia do Meio Ambiente, que será celebrado hoje (5) em todo o mundo. Mais uma vez, a data encontra os governos dos países industrializados concentrados em superar sua crise econômica – que já dura meia década – e pouco afeitos a qualquer concessão ambiental que implique em novos gastos e investimentos. Mais uma vez, a paralisia parece ser a tônica dos esforços multilaterais que não conseguem fazer avançar as três principais convenções ambientais firmadas no âmbito da ONU: Mudanças Climáticas, Diversidade Biológica e Desertificação.

Publicado na semana passada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o documento “Perspectivas do Meio Ambiente Mundial” revela que somente quatro entre os 90 objetivos ambientais mais importantes listados pela ONU conseguiram “avanços significativos” nos últimos anos, enquanto 24 objetivos lograram “pouco ou nenhum avanço” e oito objetivos sofreram “deterioração”. Segundo o estudo, outros 40 objetivos globais conseguiram “algum avanço”.

Os quatro objetivos que, segundo o Pnuma, conseguiram “avanços significativos” são: eliminação da produção e uso de substâncias que prejudiquem a camada de ozônio, melhora do acesso ao abastecimento de água, fomento da investigação para reduzir a contaminação do ecossistema marinho e eliminação do chumbo da gasolina. A íntegra do estudo pode ser vista na página do Pnuma na internet.

Principal bandeira da luta global pela preservação ambiental, o combate ao aquecimento global é um dos objetivos onde se conseguiu “pouco ou nenhum avanço”, segundo a avaliação do Pnuma. Momentos de negociação cruciais como a Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável da ONU, Rio+20, realizada há um ano no Brasil, ou a 18ª Conferência das Partes da Convenção sobre Mudanças Climáticas (COP-18, na sigla em inglês), realizada em Doha, no Catar, há seis meses, foram desperdiçados pelas divergências relativas à adoção de metas obrigatórias de redução das emissões de gases de efeito estufa ou à definição de mecanismos de incentivo financeiro para que os países pobres se preparem para enfrentar os efeitos do aquecimento planetário.

Começou segunda-feira (3) em Bonn (Alemanha) mais uma reunião preparatória à COP-19, que se realizará no mês de dezembro em Varsóvia (Polônia) e terá como missão criar uma segunda etapa para o Protocolo de Kyoto, que expirou este ano sem ter conseguido totalmente seus objetivos. Outra meta é avançar na elaboração da Plataforma de Durban, novo tratado global que entrará em vigor em 2015 e, pelo menos nas intenções até aqui manifestadas pelos governos, reunirá países ricos e em desenvolvimento em torno de metas obrigatórias de redução das emissões.

Biodiversidade

O quadro não é mais animador no que diz respeito à biodiversidade. Realizada há nove meses em Hyderabad (Índia), a última COP da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-11) também não obteve avanços graças à falta de consenso sobre quem vai financiar os programas de proteção da fauna e da flora. Sobre a perda da biodiversidade, a ONU sequer dispõe de dados suficientes para a apresentação de um diagnóstico completo, embora diversos estudos realizados por alguns governos nacionais apontem para a extinção ou a drástica diminuição populacional de milhares de espécies em todos os continentes. Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês), um novo dado alarmante é que a perda da biodiversidade já chega a 22% também entre os animais domesticados pelo homem, como gado, cabras, ovelhas, cavalos e até mesmo camelos.

Para ao menos saber com mais precisão a quantas anda a perda da biodiversidade em todo o planeta, a ONU criou há dois anos a Plataforma Intergovernamental para a Biodiversidade e Serviços de Ecossistemas (IPBES, na sigla em inglês), que reúne especialistas de diversos países. O novo fórum funciona nos mesmos moldes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que ganhou fama ao revelar os detalhes alarmantes do processo de aquecimento global em curso. O primeiro relatório do IPBES será divulgado durante a COP-12, prevista para acontecer no ano que vem em Seul, na Coreia do Sul.

No que diz respeito à biodiversidade, as necessidades mais urgentes reconhecidas pela ONU estão estabelecidas em dois documentos. As Metas de Aichi são um conjunto de 20 objetivos de longo prazo voltados à redução da perda da biodiversidade que devem ser alcançados até 2020. As metas foram organizadas em cinco temas: ataque às causas básicas da perda de recursos naturais, promoção do uso sustentável dos recursos, fomento da diversidade genética, aumento da proteção de florestas e aumento da proteção dos ambientes marinhos.

Outro instrumento da CDB é o Protocolo de Nagoya, que estabelece regras para o acesso a recursos genéticos – como princípios ativos encontrados em animais ou plantas tropicais usadas em medicamentos e cosméticos – e formas de compartilhar os benefícios garantidos por sua exploração comercial entre empresas, povos indígenas e governos. No entanto, apenas cinco países ratificaram o documento até agora, sendo que são necessárias 92 assinaturas para torná-lo vigente. A meta da ONU é que o Protocolo de Nagoya esteja em pleno funcionamento até 2015. O Brasil, que ainda não assinou o documento, se comprometeu a fazê-lo, mas ainda depende do aval do Congresso Nacional, onde o protocolo aguarda para ser analisado desde o final do ano passado.

Desertificação

Já a próxima Conferência das Partes da Convenção de Combate à Desertificação (COP-11) será realizada em setembro em Windhoek, na Namíbia. Deter o avanço das áreas áridas e semi-áridas do planeta, segundo o estudo do Pnuma, foi um dos objetivos da ONU que conseguiu “pouco ou nenhum avanço”, sobretudo no continente africano. Nesse caso, mais uma vez, os países não chegam a um consenso sobre como se dará o financiamento das ações de combate à desertificação.

O Brasil, assim como outros países emergentes, defende que seja estabelecido um plano de cooperação técnica que possa ajudar os países pobres, maiores afetados pela desertificação, a enfrentar o problema. Na COP-10, realizada em Changwon (Coréia do Sul), o governo brasileiro apresentou projetos de manejo florestal e de agroecologia desenvolvidos na Caatinga para enfrentar à desertificação.


quarta-feira, 22 de maio de 2013

O extermínio da guerrilha. E da floresta


Em pouco mais de um semestre de 1972 o Exército brasileiro mobilizou 2,5 mil militares para combater menos de 60 guerrilheiros em uma área com menos de 10 mil quilômetros quadrados em torno da mitológica Serra das Andorinhas, no Araguaia paraense, na divisa com Goiás (hoje Tocantins).

Os militantes do Partido Comunista do Brasil começaram a migrar para a região três anos antes. Sua intenção era instalar um foco de resistência no local, como os seguidores de Fidel Castro haviam feito em Cuba. Protegido pela floresta densa e um terreno acidentado, o foco guerrilheiro devia crescer até fomentar uma guerra revolucionária contra a ditadura militar, até derrubá-la do poder, que exercia plenamente.

Três grupamentos foram estabelecidos, com 31, 23 e 15 integrantes. Quando o Exército os descobriu e começou a enfrentá-los, não havia dúvida alguma sobre a desproporção de meios. O principal comandante da operação, o general Antonio Bandeira, reconheceu que os guerrilheiros “utilizavam armas obsoletas e sofriam grande carência de munição”. A primeira força militar a caçá-los tinha 380 homens, dos quais 130 fuzileiros navais, tropa de elite.

Em três ou quatro meses o foco guerrilheiro perdera quase 20% do seu efetivo, formado principalmente por jovens, a maioria deles estudantes universitários, e de pouco traquejo para combates. Quando veio a ordem de acabar com tudo, sem deixar sobreviventes, a matança foi contínua e rápida.

O general Bandeira disse, em seu famoso relatório, agora acessível na íntegra, que a “guerra dos terroristas” se transformara em “exercício de adestramento” para seus comandados. Antes de 1972 acabar, porém, o Exército colocou alternadamente 2,5 mil homens no Araguaia, sendo dois mil da 3ª brigada.

Jargões e argumentos ideológicos à parte, o que a operação antiguerrilha demonstra, agora que os documentos oficiais começam a ser divulgados, é a sua incompetência operacional. Incompetência que não se deve tão somente – e nem principalmente – à falta de adestramento para atuar, mas ao condicionamento que sobre a atividade militar exerceu a doutrina da segurança nacional. Doutrina que transferiu seu eixo da ameaça externa à guerra contra o inimigo interno, os brasileiros adversários do regime.

Sem ela, com seu exagero na avaliação do inimigo e na antinomia feroz que impôs aos seus subordinados (o guerrilheiro era o terrorista, congenitamente mau, sem entranhas humanas, um animal a abater e liquidar), o Exército teria eliminado rapidamente o foco e preso seus integrantes, sem descer aos paroxismos de violência e selvageria. Seria uma história aberta, não um tema proibido, ao qual foram impostos anátemas implacáveis.

Reconhecer a fraqueza do inimigo e vencê-lo com o menor desgaste não interessava. Tanto ao comandante militar, que precisava adestrar a tropa em combate real (e não apenas a simulação, a regra nos quartéis, crescentemente politizados e sujeitos aos jogos de gabinete dos seus chefes), quanto a outros aproveitadores, nos negócios ou na política.

A revisão da história da guerrilha do Araguaia é, portanto, uma necessidade para a sociedade brasileira. Um país democrático não conviveria com os absurdos praticados nesse período, fruto do desvio de função das forças armadas, ou do seu exercício não só abusivo, mas também irracional e incompetente.

Um episódio novo surgiu na revisão que do tema faz a Comissão Nacional da Verdade. Trata-se de um Relatório de Apoio Aéreo, produzido em novembro de 1972, paralelamente ao documento do general Bandeira, pelo tenente-coronel Flarys Guedes Henriques de Araújo (que, já na reserva, foi secretário de segurança pública do Pará e do Ceará, conforme era praxe na época: fazer circular os oficiais de informação e combate).

Ele diz nesse relatório que as missões pretendidas pelo Comando Militar do Planalto, supervisor final das ações, “foram executadas no decorrer das operações; há a acrescentar àquele repertório o bombardeio de três áreas com bombas napalm e de emprego geral”.

É a primeira confirmação oficial da utilização desse produto, combinação de gasolina e resina que funcionava como poderoso desfolhante químico. Aplicado largamente pelos Estados Unidos na guerra do Vietnam, o napalm se revelou também um terrível agente de doenças humanas, incluindo o câncer (o que levou à sua proibição e recolhimento, mas não completo, como se veria).

O documentário americano Corações e Mentes provocou horror mundial ao mostrar crianças vietnamitas desesperadas já sem suas roupas e com suas peles queimando pela ação desse fósforo de alta combustão. Mesmo os militares americanos, que tiveram contato com o produto, vieram a morrer ou sofreram graves doenças.

Falava-se e às vezes surgiam denúncias sobre o uso do napalm por fazendeiros e outros pioneiros que abriam áreas novas na Amazônia nessa mesma época. A ordem em vigor era para botar abaixo a floresta, substituindo-a por pastagens e cultivos agrícolas, estimulados por outro combustível poderoso: os incentivos fiscais da Sudam. Com napalm, a árvore perdia suas folhas rapidamente e era mais fácil de derrubar ou queimar.

Até hoje suspeito que o incêndio ateado pela Volkswagen na sua enorme fazenda de quase 140 mil hectares em Santana do Araguaia, ao sul da área guerrilheira (e quase 50% maior do que ela), teve efeito rápido pela aplicação do napalm. Por irônico, a investigação foi interrompida e sufocada pela denúncia de que o incêndio atingia um milhão de hectares. Como se alastrara por “apenas” 10 mil hectares (ou 100 quilômetros quadrados), 1% do que diziam (com todas as boas intenções que podem levar ao inferno) os denunciantes, a opinião pública se desinteressou. E quem tinha motivos para temer, se aliviou.

Alguns anos depois as denúncias apontaram para outro produto químico perigoso. Desta vez, o Tordon, produzido pela Dow Chemical (da qual foi dirigente no Brasil o general Golbery do Couto e Silva, o “déspota esclarecido” do golpe militar), teria sido utilizado para “limpar” a área do reservatório da hidrelétrica de Tucuruí, no rio Tocantins. O fato também não foi apurado.

Se documentos como os da guerrilha forem revelados, talvez a necessária reconstituição da história possa ser realizada. Se o for, acrescentará mais um exemplo ao tipo de concepção que levou à ocupação definitiva e à crescente destruição da Amazônia, tendo dois inimigos a destruir: o rebelde e a floresta.

Lúcio Flávio Pinto, 62, é jornalista desde 1966. Editor do "Jornal Pessoal", publicação quinzenal que circula em Belém do Pará desde 1987. http://br.noticias.yahoo.com

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Paisagens espetaculares


1. Campos de tulipas, Holanda


2. Túnel do Amor, Ucrânia


3. Salar de Uyuni, Bolívia


4. Hitachi Seaside Park, Japão


5. Caverna de gelo em Mendenhall, Alasca (EUA)


6. Floresta de Bambu, Japão


7. Túnel Cherry Blossom, Alemanha


8. Praia Vermelha, China


9. Túnel de glicínias no jardim de Kawachi Fuji, Japão


10. Floresta Negra, Alemanha


11. Caverna Son Doong, Vietnã


12. Monte Tianzi, China


13. Antelope Canyon, EUA


14. Campos rosados de Takinoue, Japão


15. Lago Hillier, Austrália


16. Campos de lavanda, França e Reino Unido


17. Monte Roraima, América do Sul


18. Floração da colza, China


19. Parque Geológico de Zhangye Danxia, China


20. Lago Retba, Senegal


http://www.megacurioso.com.br
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