terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A árvore de Natal que não perde as folhas


Uma árvore perene de dois metros de altura terá mais ou menos 350 mil folhas em formato de agulha. E, se tudo der certo para Gary Chastagner nesta temporada, poucas delas vão acabar no chão da sua sala.

Como fitopatologista da Universidade Estadual de Washington, Chastagner, 64, dirige um da meia dúzia de laboratórios de pesquisas para árvores de Natal que existem nos EUA. Ele está trabalhando em um projeto de US$ 1,3 milhão que sequencia o RNA de árvores para tentar descobrir os genes associados à perda das folhas.

Por que fazer isso? “Bom, o setor das árvores de Natal é um setor de US$ 1 bilhão”, diz ele.

A Associação Americana da Árvore de Natal, uma entidade setorial, estima que cerca de 15 mil fazendas e plantações irão vender mais de 20 milhões de árvores neste ano. Talvez um quarto delas venha de propriedades de quatro a seis hectares que usam técnicas básicas de manejo e equipamentos primitivos, segundo Dennis Tompkins, arborista que por quase duas décadas editou a revista “American Christmas Tree Journal”.

Os maiores produtores colhem até 1 milhão de árvores por ano e as transportam de helicóptero. Uma fazenda pequena pode cultivar até 30 mil pés.

Há 32 anos, Chastagner conduz algumas das mais importantes pesquisas relativas ao cultivo de árvores de Natal, inclusive investigando doenças graves das coníferas. Num dia recente no laboratório de Chastagner, sucessivas prateleiras abrigavam centenas de galhos cortados -talvez 5.000 no total.

O projeto, em termos mais amplos, envolveu avaliar os hábitos e o ritmo de crescimento das árvores, a data de surgimento dos brotos e sua resistência a doenças e as preferências do consumidor.

Mas, na experiência de hoje, uma técnica solitária, Kathy Riley, estava contando as folhas pontiagudas caídas de cada galho. Ela ditava uma estimativa do percentual das folhas no chão, com base numa escala de um a sete. Um assistente anotava esses números numa enorme planilha.

O que os detetives do RNA esperam descobrir é o polimorfismo de nucleotídeo único (ou seja, a variação) que controla a queda das folhas. Os cientistas poderão usar essa informação para desenvolver um teste genético de campo.

Então, os coletores de coníferas em florestas e em viveiros controlados poderiam rapidamente analisar uma árvore antes de colher suas sementes para vendê-las aos arboricultores.

No futuro, os produtores poderão tentar manter viveiros apenas com árvores superiores. Em um recém-lançado livro sobre a história da árvore de Natal, o alemão Bernd Brunner estabelece suas origens no século 12 ou no século 13, vinculando-a a uma tradicional cerimônia da véspera de Natal, a “peça do paraíso”, que recontava “a história original do banimento de Adão e Eva do jardim”, disse Brunner, de Istambul. “Havia uma árvore verde do paraíso”, objeto cênico que teria sido decorado com maçãs e hóstias.

Até a década de 1970, a árvore de Natal ia parar aleatoriamente nos lares americanos, segundo Tompkins. Lenhadores percorriam as matas e levavam o que encontrassem para o mercado. A solução representou aquela que deve ter sido a primeira inovação hortícola no comércio de árvores de Natal.

Uma pesquisa feita em 1964 pela Universidade Cornell em plantações de árvores de Natal mostrou que mais de metade dos pés estava inapta para a venda. Muitas árvores e sementes de coníferas eram sobras dos viveiros de mudas.

Um ótimo lugar para observar como a árvore de Natal evoluiu é a plantação de Ken e JoAnn Scholz, com 140 hectares, chamada Snowshoe Evergreen, perto do gabinete de Chastagner. Quando o casal começou, há 40 anos, “você comprava sementes de qualquer um”, disse Ken Scholz, 67. “Estava tudo em coleções selvagens.”

Agora, seu maior volume vem de contratos para produzir mudas. A busca por uma árvore melhor leva os produtores a procurar variedades menos comuns, como os abetos turcos, coreanos e de Canaã.

Scholz fumiga o chão para controlar ervas daninhas e afastar agentes patogênicos. Dezenas de milhares de plantas podem ser estragadas por um punhado de mudas infectadas. “Se alguém está confiando em mim para o cultivo de plantas, preciso usar as melhores práticas”, disse Scholz.

Chastagner já fez algumas pesquisas sobre o cultivo orgânico, testando vários bloqueadores naturais de ervas daninhas.

Qual é o tamanho, então, do mercado das árvores de Natal orgânicas? Ele respondeu sem hesitação: “Ele nem aparece”.

(Fonte: Folha.com)

domingo, 9 de dezembro de 2012

Relação entre empresas e comunidades extrativistas da Amazônia




Os números deveriam encher os olhos de qualquer economista. O valor econômico das florestas do mundo contribui com uma cifra equivalente a US$ 4,7 trilhões, segundo os cálculos divulgados pelo gerente executivo do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Caio Magri. Ele alerta, no entanto, que a incapacidade dos governos de proteger, conservar e promover o uso sustentável dos recursos da floresta quase elimina as oportunidades de lucro.

O assunto é foi um dos temas em discussão no 6° Encontro do Fórum Amazônia Sustentável, encerrado nesta sexta-feira (7) em Belém. Ainda que reconheçam os avanços na redução do desmatamento, observadores chamam atenção para a falta de alternativa dos povos que vivem nas florestas, mas de produtos não madeireiros, como a pesca e a extração de frutos, sementes, óleos e resinas. Em pleno Pará, estado apontado como um dos maiores desmatadores do país, comunidades tradicionais que dependem do extrativismo ou da pesca ainda não encontraram uma alternativa sólida de desenvolvimento.

Empresas de cosmético e de medicamentos, por exemplo, têm se aproximado da região em formas de parceria, mas a discussão sobre como mensurar o valor do conhecimento do uso de recursos, que tem sido repassado entre gerações, ainda está distante do cotidiano dessas pessoas que convivem com a contradição da abundância de recursos naturais e a escassez de serviços básicos, como educação e saúde.

Falar hoje de repartição de beneficio desses produtos e conhecimento é complicado porque é um tema que não se discute abertamente nas comunidades. É uma discussão das empresas ou do governo, mas as comunidades não sabem o que isso significa. Nas comunidades [do Arquipélago de Marajó] não existe discussão. Se o debate não está claro em cima, para as empresas e para o governo, como vai estar claro para as pessoas que estão no campo, sem acesso à informação? Não tem internet, o sistema de transporte é falho, não tem educação e saúde.

Muitas vezes atravessadores fazem propostas de compra direta, com preços mais baixos. Muitas vezes, conhecimentos sobre chás, banhos e outros “poderes das plantas”, repassados entre gerações nas comunidades locais, são relatados, ingenuamente a pessoas de fora. O resultado é que a sabedoria local, quando chega em território urbano, é utilizada por grandes empreendedores como agregado de grande rentabilidade. Os detentores do conhecimento, no entanto, na maior parte das vezes não dividem esse lucro.

As empresas que chegam para negociar vêm com planos de desenvolvimento prontos, sem saber o que queremos desenvolver. Uma das principais investidoras da região, a empresa de cosméticos Natura, garante que todo o processo de aquisição de produtos e conhecimentos tradicionais locais são negociados previamente com as populações amazonenses. Das 32 comunidades tradicionais com que a empresa mantém parceria, 25 estão na Amazônia.

As comunidades ainda não conhecem muito bem as leis. Tem grupos que estão mais articulados, mas muitas comunidades não sabem como negociar seus produtos e conhecimento. Durante o Encontro do Fórum Amazônia Sustentável, a porta voz da empresa assegurou que mantêm um diálogo aberto com todos os grupos e que o trabalho acaba disseminando as informações que as comunidades deveriam ter.

O setor privado mantém a crítica sobre a atual lei de repartição de benefícios, regulada pela Medida Provisória (MP) 2.186-16/2001, que regulamenta o acesso aos recursos genéticos e aos conhecimentos tradicionais associados no Brasil. De acordo com o Movimento Empresarial pela Biodiversidade – Brasil (Mebb) criado em 2010, a MP “é um desestímulo à pesquisa e ao desenvolvimento de processos e produtos que façam uso da biodiversidade brasileira”. Nos últimos dias, o movimento entregou uma série de recomendações ao Ministério do Meio Ambiente para alterar as regras.

Não dá para pensar em inovação para uma empresa ou para o Brasil com processos que ficam quatro a cinco anos parados numa instância pública. Que inovação acontece? Se for esperar, não se faz nada. Não tem perspectiva.

Para a promotora de Justiça do Ministério Público Estadual do Pará (MPE-PA), Eliane Moreira, que acompanha os conflitos na região de Marajó, a atual lei não é essencialmente inadequada. “A pior inadequação dela é que foi feita sem a participação da sociedade civil e sem debate dos setores interessados, mas existem quesitos positivos. Por exemplo, a previsão de que pode haver benefícios que não são financeiros e que estes benefícios têm que ser justos e equitativos”, disse ela. Os princípios estão assegurados na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Em 2003, o governo federal tentou estabelecer um diálogo entre sociedade civil e os setores privado, industrial e de ciência e tecnologia, mas o debate não avançou. “Realmente é necessário ter um marco legal que dê estabilidade para as relações e que não seja uma medida provisória. É necessário que se recupere esse debate amplo”, disse a promotora, relatando que existem prejuízos jurídicos – com a falta de consulta nas questões que afetam os direitos dos povos tradicionais, e práticos – pela falta de percepção das pessoas que vivem essas realidades.

Ainda assim, a promotora acredita que por mais que falte clareza sobre procedimentos, as bases estão se solidificando “com o consentimento prévio, a repartição dos benefícios e o respeito aos direitos das comunidades”. Eliane Moreira reconhece que existe burocracia, mas diz que hoje é melhor do que era no início.

(Fonte: Carolina Gonçalves/ Agência Brasil)

sábado, 8 de dezembro de 2012

As maiores e mais velhas árvores do mundo pedem socorro


As maiores e mais velhas árvores do mundo, que são os organismos vivos mais antigos do planeta, estão desaparecendo de maneira alarmante, advertiram, nesta sexta-feira, cientistas americanos e australianos.

Os resultados de um estudo publicado pela revista Science concluíram que, em todas as partes do mundo, as maiores e mais velhas árvores estão ameaçadas de desaparecer caso não existam políticas de preservação.

É um problema mundial que ocorre em quase todos os tipos de florestas. Da mesma forma que os grandes animais, como os elefantes, os tigres ou os cetáceos, cuja população está em forte declínio, uma série de indícios mostra que estas árvores correm o mesmo risco.

Lindenmayer iniciou a pesquisa com colegas da Universidade James Cook da Austrália e da Universidade de Washington nos Estados Unidos depois de ter estudado amostras da década de 1860 retiradas de florestas suecas. Os pesquisadores constataram um inquietante desaparecimento das grandes árvores com entre 100 e 300 anos de idade em partes da Europa, Américas do Norte e do Sul, África, Ásia e Austrália.

As sorveiras da Austrália, os pinhos dos Estados Unidos, as sequoias da Califórnia e os baobás da Tanzânia são as principais espécies em perigo. Os incêndios florestais não são os únicos responsáveis, uma vez que a taxa de mortalidade é dez vezes superior ao normal, inclusive nos anos sem incêndios.

Este fenômeno resulta, segundo afirmam cientistas, de uma combinação de fatores como o aquecimento climático, o desmatamento e a necessidade de terras agrícolas.

“Estamos falando do desaparecimento dos maiores organismos vivos do planeta e de organismos que têm um papel determinante na regulação da riqueza de nosso mundo. A tendência é, de fato, muito preocupante”, declarou Bill Laurance, da Universidade James Cook.

As grandes árvores são lugares de nidificação e de vida para cerca de 30% de aves e animais de nosso ecossistema. São também enormes poços de carbono, importantes reservas de substratos que permitem o desenvolvimento de um grande número de organismos e também influenciam o ciclo hidrológico.

(Fonte: Portal Terra)

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Os 12 animais mais esquisitos do mundo

Se você acha que conhece a beça sobre as espécies que habitam nosso planeta, surpreenda-se com esses animais fora do comum.

Lêmure Aye-aye

A Aye-aye é uma espécie de lêmure com olhos saltados e grandes orelhas. Ela vive nas florestas de Madagascar e usa o longo dedo médio para retirar larvas dos troncos de árvores ocas.

Lagartixa da espécie Uroplatus fimbriatus

A lagartixa da espécie Uroplatus fimbriatus é encontrada nas florestas tropicais de Madagascar. Ela pode chegar a 30 centímetros de comprimento. Como não tem pálpebras, ela usa a língua para remover a poeira dos olhos.

Rã da espécie Centrolenidae

A rã da espécie Centrolenidae é conhecida como rã de vidro porque tem a pele quase transparente. Ela vive em florestas úmidas da América Central e do Sul.

Társio

O Társio é um dos menores primatas do mundo. Ele mede apenas 13 centímetros e traz os olhos grandes e arredondados como seu grande diferencial. O animal também tem habilidades ultrassônicas. Ele consegue produzir e ouvir sons que fogem do alcance da audição humana.

Salamandra Axolotl

O Axolotl é uma espécie de salamandra mexicana que não se desenvolve. O nome é de origem asteca e significa monstro aquático.

Giraffa Trachelophorus

A Giraffa Trachelophorus é uma espécie de inseto encontrado em Madagascar. Ela tem esse nome por causa do pescoço estendido, parecido com o da Girafa. O pescoço auxilia o inseto na construção de ninhos.

Lagartixa Uroplatus phantasticus

A lagartixa da espécie Uroplatus phantasticus tem uma cauda parecida com uma folha para se camuflar na floresta. Conhecida como lagartixa satânica, ela só é encontrada em florestas não perturbadas porque é muito sensível à destruição do habitat.

Tartaruga-de-casco-mole

A Tartaruga-de-casco-mole é uma espécie que, além de não ter o casco rígido, usa o nariz comprido para respirar quando fica sem fôlego. Assim, ela não precisa tirar a cabeça da água e fica mais protegida contra os predadores.

Macaco-narigudo

O Macaco-narigudo vive em mangues em Bernéu, uma ilha da Ásia. Na época de acasalamento, ele emite um som com seu nariz grande e flexível. Porém, essa espécie corre risco de extinção.

Pangolim

O Pangolim é um mamífero com aspecto de réptil que vive nas zonas tropicais da Ásia e da África. Ele se transforma em uma bola sempre que se sente ameaçado por algum predador.

Blobfish

O Blobfish é um peixe raramente encontrado vivo. Ele vive nas águas profundas do mar da Austrália e da Tasmânia. Sua consistência é gelatinosa e ele tem densidade levemente menor do que a da água.

Dragão-marinho

O dragão-marinho é um animal que se camufla para se salvar dos predadores nos mares do Oceano Índico. As nadadeiras e o seu modo de nadar fazem o animal parecer com um pedaço de alga flutuante.

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